Nós, seres humanos somos complexos e podemos apresentar comportamentos alternantes e contraditórios dependendo do momento da vida e dos desafios que estamos vivendo.
Isso porque as nossas emoções são fundamentais para nos mostrar o impacto dos acontecimentos sobre nós e nos permitir buscar caminhos para lidar com ele.
Sentimentos como a raiva, a tristeza e o medo são fundamentais para nos proteger e nos ajudar a estabelecer limites ou reconhecer que algum limite foi desrespeitado.
Mas a final, quando a tristeza pode indicar um quadro de depressão? É comum que essa dúvida venha à tona nos momentos de tristeza intensa ou mais duradoura.
Portanto, se você já passou por essa situação, confira como distinguir esses dois fenômenos:
Tristeza:
A tristeza nos permite reorganizar internamente para aprender a conviver com elas de forma menos turbulenta. Podendo estar relacionado a demissão do trabalho, o término de uma relação amorosa, a morte de uma pessoa amada ou a descoberta de uma doença grave.
Permitir a tristeza em situações determinadas pode nos trazer benefícios como; aumentar o autoconhecimento, a sensação de descarregar angústia, desespero e tensão ao chorar e, além disso, nos torna mais sensíveis ao dialogar com outras pessoas, abrindo mais espaço para que nós entendamos o ponto de vista dela.
Depressão:
Quando a tristeza permanece e, aos poucos, se espalha para todas as áreas da vida, abrindo espaço para o surgimento de profunda desesperança, apatia, desgosto, ansiedade, fadiga, irritação e desânimo, isso pode ser um sinal de que a depressão esteja se instalando.
Além de dificuldades para se relacionar e trabalhar, quem tem depressão costuma perder boa parte da autoestima e autoconfiança, além de apresentar distúrbios de sono, não conseguir fazer atividades básicas para manter a vida, perda de vontade em fazer atividades que antes eram prazerosas, falta apetite e dificuldades para se concentrar.
Como diferenciar?
É importante ter em mente que a tristeza costuma estar relacionada a um evento que teve impacto negativo, enquanto a depressão pode não estar necessariamente vinculada a um acontecimento.
Assim, três elementos são fundamentais para diferenciar tristeza e depressão: duração, causa e intensidade.
Depois de entender o que é a tristeza e o que é a depressão, fica muito mais fácil perceber as diferenças. A primeira é a duração: a tristeza pode durar de horas a semanas enquanto a depressão pode durar até anos (especialmente quando não é diagnosticada e cuidada). A segunda é a intensidade – que é muito maior em quadros depressivos. A última é a causa: enquanto a tristeza costuma vir associada a um acontecimento mais evidente ou memória ruim, a depressão não precisa desses gatilhos para surgir e não passa sozinha depois de algum tempo, como a tristeza.
Depressão não é uma falha de caráter ou de amor, mas uma enfermidade séria que afeta a totalidade da vida. E não termina apenas com boa vontade, alto astral ou pensamento positivo. Como todo problema de saúde, a depressão pode ser causada por diversos fatores que compreendem desde o contexto e histórico de vida, predisposição genética, qualidade dos vínculos afetivos, entre outros.
A depressão precisa de acompanhamento de profissionais qualificados na área (psiquiatras e psicólogos) e de uma rede de apoio composta por familiares e amigos próximos que compreendam a gravidade desse problema.
Fonte: https://psiquiatriapaulista.com.br/e-so-tristeza-ou-estou-com-depressao/